09/03/2020
Atualizada: 09/03/2020 21:10:22

Vice-presidenta da Adufal, Sandra Lira, participou ativamente das atividades e da organização delas. Foto: João Facchineti

A programação da FRENTE FEMINSTA de Alagoas para o 8 de Março teve vários eventos preparatórios, com ações das diversas organizações que compõem a Frente. Foram atividades com mulheres do campo e da cidade, em escolas, em locais de trabalho, moradia e lazer, promovendo o debate sobre inúmeros temas que interessam às mulheres. A vice-presidenta da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), Sandra Lira, participou ativamente das atividades e da organização destas.

O presidente da Adufal, Jailton Lira, a diretora de Divulgação e Imprensa, Tânia Voronkoff, o secretário-geral, Francisco Pereira, o tesoureiro, Ricardo Coelho, e o diretor de Política Sindical, Cícero Péricles, também estiveram presentes na manifestação do horário da tarde. 

As mulheres estão sendo atacadas com o desmonte das Políticas Públicas Sociais desde 2016. O atual governo Bolsonaro corta recursos das Políticas Sociais Públicas, e destrói programas e projetos para o enfrentamento da violência contra mulher e para a promoção da sua cidadania.

Na Reforma da Previdência, as mulheres foram as maiores prejudicadas, pois tiveram um aumento desproporcional de seu tempo de de contribuição para alcançar a aposentadoria, embora as mulheres trabalhem mais horas do que os homens, conforme várias pesquisas já demonstraram.

O corte de recursos desde a Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os recursos das Políticas Públicas Sociais por 20 anos, é um desastre, atingindo a educação, a saúde, a assistência social, a segurança, a habitação, as políticas para agricultura familiar e camponesa, e tudo isso afeta diretamente às mulheres.

As mulheres  têm a menor renda, apesar de trabalharem mais, por isto o percentual de mulheres pobres é maior, as famílias dirigidas por mulheres tem a menor renda. O desmonte das políticas sociais destrói as oportunidades para estas famílias mais pobres, e sobrecarrega as mulheres, que tradicionalmente já são responsáveis pelos cuidados com as crianças, com os idosos, com os doentes.

As duplas e triplas jornadas de trabalho das mulheres vão ficando cada vez mais pesadas, porque o modelo neoliberal imposto ao Brasil intensifica a exploração da classe trabalhadora e intensifica a exploração das mulheres.

Este é um governo anti-patriótico, que dissemina ódio contra as mulheres, contra a população negra, indígena, LGBTI+, contra nordestinos e por isto a violência tem aumentado.

É um governo inimigo da classe trabalhadora e tenta destruir seus direitos.

A luta por igualdade de gênero é a luta por Direitos e Igualdade social, contra todas as opressões.

Os movimentos de mulheres denunciaram, também, a intervenção das transnacionais, produzindo a destruição de territórios de identidade social, cultural, étnica. Em Maceió temos a intervenção da Braskem, que está se apropriando de três bairros da cidade, expulsando populações, destruindo patrimônio histórico e cultural, destruindo formas de convivência comunitária e social.

A Braskem age sem o menor controle dos poderes públicos, que seguem omissos, e não defendem os interesses coletivos da população. Muito mais que um crime contra o meio ambiente, a Braskem produz um crime contra a cidade.

Este modelo de atuação dessas empresas transnacionais está crescendo no mundo, pois a lógica neoliberal é não impor limites e controles para ação dessas empresas, desrespeitando as populações locais.

As mulheres camponesas trouxeram as denúncias do desmonte das políticas públicas para o campo, como a extinção do programa de Educação do Campo, PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), a extinção da Assistência Técnica e Extensão Rural, o corte de crédito para produção da agricultura familiar, o corte dos projetos de autonomia e organização produtiva das mulheres, entre outros programas desmontados.

As camponesas trouxeram para a cidade as Sementes da Resistência, sementes crioulas, cultivadas por populações tradicionais, que contém uma grande biodiversidade e adaptação aos diversos microclimas. As transnacionais dos produtos químicos tentam impor as sementes geneticamente modificadas e o uso intensivo de agrotóxicos, para se apropriar da biodiversidade que está em mãos das populações camponesas com seus saberes tradicionais. Saberes estes que são coletivos, públicos, e que as transnacionais querem tomar e transformar em lucro privado. A pressão dessas empresas sobre as comunidades camponesas aumentou, na medida em que o governo Bolsonaro ataca a agricultura familiar e camponesa.

O lançamento da campanha de defesa das Sementes da Resistência - as sementes crioulas - e da Agroecologia foi um dos pontos altos do 8 de Março, com a Feira Agroecológica e Roda de Conversa, na Praça Centenário, pela manhã.

E o tema central do 8 de Março foi sintetizado no lema "Mulheres unidas pelo direito de viver sem violência".

A pauta de reivindicações dos movimentos de mulheres será entregue ao governo do estado e aos municípios durante o mês de março.

A FRENTE FEMINISTA também convoca as mulheres para participar dos atos do dia 14 de Março, em homenagem à vereadora Marielle Franco, e de cobrança da solução do seu assassinato - "Quem mandou matar Marielle?" é a pergunta que não cala.

A FRENTE FEMINISTA também irá participar do 18 de Março, Greve Nacional da Educação, e dia nacional de luta por Direitos, contra as políticas de destruição do serviço público, da economia, e dos empregos do governo Bolsonaro.

O Festival Cultural do 8 de Março foi um grande sucesso, trouxe jovens artistas alagoanas para o palco, e mostrou com arte a luta das mulheres por direitos e igualdade, cerca de 5 mil pessoas circularam no evento que durou cerca de seis horas.

Fonte: Texto da Frente Feminista de Alagoas

2025

Adufal - Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas

Acesso Webmail