06/08/2013
Atualizada: 06/08/2013 00:00:00



Data: 
06/08/2013

Situação se agrava no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e reitoria intervém.  Na prática, instituição está sendo administrada pela pró-reitora de Gestão e Governança, Aracéli Cristina. Adufrj-SSind vai entrar com pedido de abertura de sindicância para apurar os fatos que levaram à intervenção da reitoria no Hospital

A jóia da coroa da rede de instuições de saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos hospitais de referência na área do ensino e da pesquisa e em procedimentos de alta complexidade, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) enfrenta crise sem precedentes. Diante do aprofundamento do quadro, no último dia 12 de julho, a reitoria decidiu decretar uma espécie de intervenção no HUCFF.

De acordo com nota da própria reitoria, a decisão de “assumir a coordenação direta, através de Comissão própria, dos trabalhos da manutenção predial, da engenharia do hospital e das compras de insumos básicos” foi tomada devido “a gravidade das circunstâncias”.

 

 

 

A Adufrj-SSind vai entrar com pedido de abertura de sindicância para apurar os fatos que levaram à intervenção da reitoria no Hospital Universitário da UFRJ. O documento será encaminhado esta semana ao reitor Carlos Levi. 

Para preservar o diretor do HUCFF, Marcus Eulálio, a reitoria evita definir suas ações no hospital como “intervenção”. Mas o fato é que o nome forte, hoje, na administração da instituição é a pró-reitora de Gestão e Governança,  Aracéli Cristina  

E mais: os esforços da reitoria da UFRJ para blindar o diretor do hospital, podem ser em vão. Para complicar a situação de Marcus Eulálio, um relatório do Tribunal de Contas da União registra uma série de irregularidades administrativas na instituição.

A situação no HUCFF é de muita apreensão. A atmosfera de tensão já é registrada há alguns meses e o Jornal da Adufrj tem publicado nas últimas semanas um quadro de crise sem precedentes. A gestão errática da atual direção tem conduzido a principal instituição de saúde da UFRJ a uma situação insustentável.

E o mais curioso que esta crise do HUFCC e em outras unidades hospitalares da UFRJ se intensificam no exato momento em que há o debate sobre a contratualização da Ebserh, apresentada por alguns dos seus defensores como  “salvação” para esta crise. A direção do HUCFF está integrada por ativos defensores da entrega de parte da rede hospitalar da universidade à Ebserh.

R$ 28 milhões?
Na mesma nota onde informa ter assumido diretamente as ações no HUCFF, a reitoria afirma que, desde o ano passado, fez repasses que hoje somam R$ 28 milhões “para custeios diversos”, provenientes do Orçamento da UFRJ. Em novembro de 2012, informa a direção da universidade, foi constituída uma comissão de apoio à gestão do hospital. Mas diante do agravamento da crise, a reitoria resolver intervir diretamente.

Nas providências enumeradas, a reitoria diz ter determinado à Pró-Reitoria de Gestão (PR-6) a criação de um grupo de trabalho para elaborar diagnóstico nas áreas de licitações, almoxarifado, aquisições e contratos. “As ações da Reitoria para apoio ao HUCFF ocorriam, até então, de forma indireta, através de transferência de recursos e de assessoria das equipes da Prefeitura Universitária, do ETU e da PR-6 à Direção do Hospital”, explica a reitoria.

Entre os setores que a reitoria chamou a responsabilidade para si, encontram-se as áreas de compras de insumos básicos, manutenção predial e engenharia do hospital. Neste novo quadro, a pró-reitoria de Gestão e Governança ganhou força. É da pró-reitora  Aracéli Cristina o papel de coordenação das ações. A reitoria informa, ainda, que setores técnicos do hospital terão que trabalhar de forma integrada com o pessoal do ETU, Prefeitura Universitária, Escola Politécnica – tudo coordenado por pró-reitora de Gestão e Governança. Outras reuniões já agendadas pela reitoria incluem os setores de licitações e contratos, financeiro, divisão de atividades gerenciais e almoxarifado, a direção e equipe do Instituto de Doenças do Tórax (IDT).

 

* Crédito da foto: Marco Fernandes
* Com edição do Andes-SN



Fonte: Andes Sn por Adufrj

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