09/09/2014
Atualizada: 09/09/2014 00:00:00


 

Documento ainda vai passar por mudanças e volta a ser apreciado em sessão

 marcada para  13 de outubro

Com a participação de 47 conselheiros e mais de quatro horas de duração, a sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) desta segunda-feira (8), que discutiu a minuta de resolução que regulamenta o processo de desempenho para fins de promoção docente para a classe E, na instituição, deu mostras de que o documento não reflete a realidade do fazer docente na Ufal, uma vez que traz um modelo de avaliação pautado pela lógica produtivista e desconsidera o tripé ensino-pesquisa-extensão.

Na compreensão de que o documento precisa passar por ajustes, o Pleno do Conselho acatou sugestão do presidente do órgão, professor reitor Eurico Lôbo, de incluir mais cinco membros à Comissão que deverá apresentar nova redação da minuta  e apresentá-la em nova sessão do Consuni que ficou marcada para o dia 13 de outubro.

Novos membros - Passaram a fazer parte da Comissão o presidente da Adufal e professor do Centro de Tacnologia (Ctec), Marcio Barboza; o membro da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e professor do Centro de Educação (Cedu),  Walter Matias de Lima; o professor Gaus Silvestre de Andrade Lima, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca); a professora Elza Maria Silva, do Cedu e a professora Mércia Lamenha, vice-diretora da Faculdade de Medicina (Famed). Os novos membros já participam de reunião da Comissão, nesta quarta-feira (10)

Intervenções – Tão logo o reitor deu início à sessão, e feita a leitura da minuta pelo relator da Comissão, professor José Vicente Ferreira Neto, os professores Marcio Barboza e Walter Matias fizeram intervenções, solicitando que a discussão não fosse realizada em regime de urgência, visto as especificidades do documento e a verificação de que a redação do documento não contemplava a realidade da Ufal e, por isso, necessitaria de ampla discussão dos conselheiros. 

Enquanto era feita a leitura da proposta de resolução, os conselheiros fizeram destaques em artigos, incisos e parágrafos constantes no documento, para posterior discussão, durante a sessão.

De opinião de que as normas internas da Ufal não podem trazer mais obstáculos para a evolução da carreira dos professores do que aqueles já impostos pela legislação e diretrizes gerais, o professor Marcio Barboza, chamou atenção para o fato de que em matéria de avaliação, a classificação que a Ufal tem conquistado, é fruto, principalmente, da qualificação (do esforço) de seus docentes, uma vez que a infraestrutura da instituição é bastante deficitária.

Ele exemplificou, lembrando o insuficiente acervo da biblioteca, a falta de laboratórios, a ausência de acessibilidade, entre outras questões “Nossa infraestrutura está muito aquém das outras universidades. Só somos o que somos pela qualificação dos nossos docentes”, defendeu, o presidente da Adufal. O professor tem conhecimento da estrutura de outras universidades federais  e também, por ser avaliador do MEC, tem ciência das exigências feitas pelo Ministério quando da criação de faculdades particulares.

O professor também fez observar que a minuta ali apresentada não continha a sugestão acordada em reunião na sede da Adufal, de que o tempo de atividade acadêmica a ser apresentada no memorial de avaliação ficaria a critério do próprio docente. Ele também fez referência ao fato de as atividades sindicais terem ficado de fora do documento. “Não estão entre os critérios que contam ponto para a progressão da carreira docente”, apontou, fazendo referência ao dispositivo da Lei 12.772/2012 que trata desse assunto.

Desequilíbrio - Foram várias as intervenções de conselheiros que disseram observar grande desequilíbrio entre pesquisa, ensino e extensão, na minuta.  Para o professor Enildo Marinho, do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), na atual redação, o documento evidencia enorme assimetria em relação aos três pilares que dão sustentação à universidade. “A pesquisa está claramente priorizada em detrimento do ensino e da extensão”, disse.

Segundo Marinho, se o docente dedica 50% de sua carga horária, a pontuação constante na tabela de avaliação tem que ser, também, 50%. "Pelo documento apresentado, mesmo que o professor dedique 50% de seu horário ao ensino, só consegue 20% de pontuação. Quem trabalha em pesquisa e ensino consegue cumprir a pontuação e obter sua promoção; quem faz ensino e gestão ou ensino e extensão não consegue", inferiu.

Para o professor Antônio Passos, diretor de Política Sindical da Adufal, a tabela  de pontuação, o chamado barema, destrói o conceito que sustenta a universidade. O conselheiro professor Tiago Leandro (Zurc), 2º vice-presidente Nordeste III do Andes SN, disse considerar que o texto da minuta não reflete um debate maturado com o conjunto da classe docente.

Doutor em Física Teórica há mais de 32 anos, dos quais 31 trabalhando na Ufal, o professor Jenner Bastos, do Instituto de Física (IF) da Ufal, afirmou em emocionada intervenção em defesa da Carreira Docente que o documento apresenta descontinuidade entre o relatório de avaliação que é quantitativo e o memorial que é qualitativo.

O professor Luís Cláudio Coradini, do Instituto de Comunicação (IC) expôs sobre a necessidade de que - a avaliação docente - leve em conta a diversidade de disciplinas lecionadas pelo professor, durante o interstício em que ele esteja sendo avaliado e não somente a quantidade de alunos que ele tenha em sala de aula.

Já na opinião do professor Gaus Silvestre de Andrade Lima, a minuta necessita de reajustes, mas, ao contrário da maioria de seus pares, considerou não haver problema nenhum no documento. "Não tem nada de assimétrico", disse.

A conselheira e professora Ruth Vasconcelos elogiou o minucioso trabalho da Comissão que elaborou a minuta, mas fez observações sobre o fato de o documento conter itens que cedem espaço à lógica produtivista que vem se impondo dentro da universidade. Disse da importância do docente em sala de aula, ao lado dos estudantes e saudou os companheiros conselheiros, parabenizando todos pelo excelente nível das discussões ali feitas.

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Fonte: Ascom da Adufal

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