12/12/2014
Atualizada: 12/12/2014 00:00:00


 

Data: 11/12/2014

 

 

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) entregou na manhã de quarta-feira (10) à presidente da República, Dilma Rousseff, o relatório final sobre crimes e violações de direitos humanos que ocorreram no período entre 1946 a 1988, principalmente os ocorridos na ditadura civil-militar (1964-1985).

A presidente resgatou a importância do trabalho da Comissão ao receber o documento, mas não se pronunciou sobre a aplicação medidas contra os responsáveis pelos crimes cometidos na ditadura. Para o dirigente da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da CSP-Conlutas Magno Carvalho, que estava presente na entrega do relatório à presidente Dilma, o não posicionamento da presidenta sobre a punição aos torturadores foi lamentável.

“A coisa mais triste na fala da presidente é que depois de ela lamentar o que todos sofremos na ditadura, disse que não podemos ter revanchismo, ou seja, aponta para impunidade. Eu fui o único que dei um berro exigindo a punição dos assassinos e torturadores da ditadura militar e marquei a posição da nossa central no evento. Minha intervenção foi aplaudida pela maioria dos presentes”, destacou.

Segundo Magno, a CSP-Conlutas continuará lutando pela punição dos que cometeram crimes também contra os trabalhadores. “Nossa Central não abrirá mão dessa bandeira e acreditamos que o governo Dilma precisa dar continuidade, após a descoberta da verdade, aos processos de reparação aos que sofreram e punição dos culpados”.

Márcio Oliveira, da Comissão da Verdade do Andes-SN, aponta que os relatórios trazem informações interessantes, e que é importante dar nome às pessoas que cometeram crimes contra os direitos humanos no período, inclusive presidentes. Porém, o docente alerta sobre o perigo de não revisar a Lei da Anistia. “Se forem colocar uma pá de cal sobre esse relatório, sem punir os envolvidos, será inaceitável. Não há democracia se você passa uma borracha na história. Queremos justiça para os mortos, desaparecidos e seus familiares”, afirmou Oliveira.

 

Documento de 3.380 páginas é entregue em Dia Mundial dos Direitos Humanos

Nesta quarta, dia da entrega do relatório da CNV, comemora-se o Dia Mundial dos Direitos Humanos. O documento é dividido em três volumes constando de 3.380 páginas, com a descrição das pesquisas e depoimentos realizados, as conclusões e recomendações que impliquem no desdobramento deste trabalho.

As pesquisas realizadas pelos grupos de trabalho que compuseram a CNV duraram dois anos e sete meses, com a audição de 1.120 depoimentos, investigações em milhares de documentos no Arquivo Nacional e em arquivos estaduais. Foram constatadas 434 vítimas, entre mortos e desaparecidos, além dos inúmeros outros crimes documentados. Estavam presentes os seis integrantes que representam a CNV: Rosa Cardoso, Maria Rita Kehl, Pedro Dallari, Pulo Sérgio Pinheiro, José Carlos Dias e José Paulo Cavalcanti Filho.

 

*Edição de Andes-SN e imagem de EBC.

 

 

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

Fonte: Andes SN por CSP-Conlutas

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