19/06/2015
Atualizada: 19/06/2015 00:00:00




Data: 18/06/2015
 
 Os atos foram organizados pelo CNG dos servidores técnico-administrativos, com a adesão dos docentes federais. Tanto técnicos quanto docentes estão em greve desde 28 de maio.


A quarta-feira (17) foi marcada por atos, em diversas universidades pelo país, em defesa dos Hospitais Universitários, contra a privatização da saúde pública e pela revogação dos contratos com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – empresa criada pelo governo para privatizar os HU.

A manifestação, parte da agenda de greve da Fasubra, foi organizada pelo Comando Nacional de Greve dos servidores técnico-administrativos e contou com a adesão dos docentes federais das seções sindicais do Andes-SN, conforme orientação do Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional. Tanto técnicos quanto docentes estão em greve desde 28 de maio.

Em Brasília, o CNG do Andes-SN integrou o ato organizado pelo Sindicato dos Técnicos da UnB (Sintfub), que teve também a participação do CNG da Fasubra. Durante o ato, que partiu em passeata da praça Chico Mendes, na Universidade de Brasília (UnB) em direção ao Hospital da UnB (HUB), os manifestantes dialogaram com a população nas ruas, alertando para os ataques à saúde e educação públicas promovidos pelo governo e para a necessidade de fortalecer a luta em defesa dos HU. 

Falando pelo CNG do Andes-SN, Katie Lane, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressaltou que a luta conjunta de docentes, técnicos e estudantes conseguiu barrar a adesão da UFF à Ebserh.  “Lá a Ebserh não conseguiu entrar e não vai conseguir porque a gente vai continuar na luta. Hoje [17], temos ato também em frente ao Hospital Antônio Pedro da UFF, para garantir que a Ebserh vai ficar de fora, porque a gente não vai entregar para a iniciativa privada os direitos básicos dos trabalhadores e trabalhadoras desse país”, contou. 

Diversos técnicos trabalhadores dos HU denunciaram os desmontes promovidos pela Ebserh nos serviços dos hospitais universitários oferecidos à população e também nas atividades de extensão e prática dos cursos da área de saúde. Em alguns hospitais faltam materiais de insumo, em outros, cursos como Nutrição e Fonoaudiologia foram retirados das dependências hospitalares. 

Na avaliação de Katie Lane, a atividade foi muito positiva. “O ato serviu para marcar a unidade da luta entre as diversas categorias, porque em várias universidades há a greve unificada. Marcou também a posição contrária à Ebserh e de crítica à privatização da educação e da saúde. Mesmo na UnB já tendo aderido à Ebserh – o que não ocorre na UFF porque conseguimos barrá-la – é importante continuarmos na luta e mostrarmos que não aceitaremos que nossos direitos básicos de cidadãos sejam vendidos”, comentou a docente.

                                   

Segundo Mário Guimarães Junior, diretor nacional da Fasubra e membro do CNG, a mobilização dos técnicos está muito forte. “O ato é nacional, e a orientação é que hoje ocorressem atividades em todo o país, nas universidades onde existem hospitais universitários. A greve começou numa crescente e do dia 28 para cá já se fortaleceu muito. Avaliamos, nessa semana, que a nossa greve já está conseguindo afetar diversos setores das universidades como, por exemplo, as matrículas do Sisu e o atendimento em alguns HU, como é o caso da Universidade Federal de Goiás, que só está atendendo urgência e emergência”, contou. 

Em relação Sistema de Seleção Unificado (Sisu), os técnicos das universidades federais de Juíz de Fora (UFJF), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e de Ouro Preto (Ufop) já decidiram que não irão tramitar as matrículas. Ainda segundo o representante da Fasubra, o CNG dos técnicos iria realizar intervenção nesta quinta-feira (18) no aeroporto de Brasília (DF) para panfletar junto à população e aos parlamentares que regressam aos seus estados, explicando as razões da greve e solicitando apoio à luta. Também estão previstas para as próximas semanas atividades conjuntas com os docentes e estudantes. 

                                      


Em relação à abertura de diálogo com o governo, Mario Guimarães Junior explicou que a postura do governo não se alterou. Ou seja, até o momento não houve sinalização de resposta à pauta da categoria. “Antes da nossa greve não o Ministério da Educação não apresentou nenhuma resposta efetiva. Na última reunião, o próprio governo reconheceu que não teve negociação efetiva com a Fasubra. Após a deflagração da nossa greve, o Ministro Janine declarou que está a disposição anos receber, mas até agora não fomos chamados para negociar”, disse. 

Greve dos docentes federais

A greve dos docentes federais segue se ampliando, e já conta com a adesão de 33 seções sindicais do Andes-SN (confira a lista). Devido a pressão do movimento, a Secretaria de Ensino Superior do MEC (Sesu/MEC) convocou uma reunião com o Andes-SN para a próxima terça-feira (23). Saiba mais aqui.


 
Fonte: Andes SN

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