01/09/2015
Atualizada: 01/09/2015 00:00:00


Data: 01/09/2015

 

 

Uma milícia formada por latifundiários assassinou Simião Vilhalva, liderança indígena, no último sábado (29), em Antônio João (MS), na fronteira com o Paraguai. Indígenas Guarani e Kaiowá ocupavam há sete dias a área chamada de Nhanderu Marangatu, reconhecida e homologada pelo governo federal em 2005 - mas, desde então, alvo de disputa judicial entre os povos originários e os fazendeiros latifundiários.

 

 

Há dez anos, os indígenas vivem em menos de 150 dos 9500 hectares homologados pelo governo, justamente por conta da briga judicial. Uma década de beira de estrada, mortes e a obrigatoriedade de suportar condições sub-humanas de vida, fizeram os indígenas ocuparem as fazendas que fazem parte de Nhanderu Marangatu no dia 22 de agosto.

 

 

Após a ocupação, os latifundiários se organizaram, bloqueando os acessos à área e ameaçando de morte os indígenas. Em reunião do Sindicato Rural de Antônio João realizada no dia do atentado, com a presença de deputados e senador ruralistas, Roseli Maria Ruiz, presidente do sindicato, diz-se revoltada com a situação e afirmou que retomaria as terras por conta própria. Horas depois, teve início o ataque.

 

 

Sem nenhum impeditivo ou barreira, mais de 40 veículos invadiram as terras indígenas retomadas. Segundo líderes indígenas, dentre os fazendeiros estavam deputados e vereadores. De acordo com relatos, os criminosos dispararam “de maneira franca e para matar. Aterrorizaram famílias inteiras, atiraram contra crianças de colo, e assassinaram Simião Vilhalva”.

 

 

Não obstante a tentativa do deputado Paulo Pimenta, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados, e de funcionários da Funai, para que houvesse intervenção da polícia, o estado nada fez. A Força Nacional, que possuía determinação de intervir, estava a 70 km de distância, e só chegou à área depois do conflito.

 

 

Já o Departamento de Operações da Fronteira (DOF), segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), “apesar de não ter participado propriamente da ação, não impediu o armamento, nem o deslocamento dos fazendeiros armados, com intenções bem determinadas”.

 

*Com informações de Cimi e Dourados News, imagem de Cimi.

 

 

 

 
Fonte: Andes - SN

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