Caravana da Adufal resiste a truculência da polícia e luta contra a PEC 55

A caravana organizada pela Associação dos Docentes da Universidade de Alagoas (Adufal) participou da marcha ‘Ocupa Brasília’ e resistiu na luta contra a PEC 55, aprovada no primeiro turno do Senado. Estudantes de diversas unidades de ensino da Ufal e do Instituto Federal de Alagoas somaram-se aos diversos militantes de todo o Brasil e fizeram um grande ato na Esplanada dos Ministérios, resistindo a ação truculenta da polícia e das medidas anti populares do governo.

Mais de 30 mil pessoas participaram desta grande mobilização. O ato foi interrompido pela ação violenta da polícia que retirou os militantes de frente do Senado. Os quarenta militantes que foram pela caravana da Adufal não tiveram ferimentos, mas resistiram e lutaram para defender o futuro, que está em risco com a aprovação da PEC 55.

Segundo o diretor da Une em Alagoas, Lucas Vinícius a caravana da Adual cumpriu o seu papel na defesa do futuro da educação brasileira e dos direitos sociais. Para ele, a Adufal foi bastante significativa neste processo ao disponibilizar um transporte para levar os militantes do estado para participar desta importante marcha.

“A ajuda disponibilizada pela adufal para os estudantes de Alagoas foi de suma importância para a luta contra os retrocessos do governo golpista de Michel Temer, levando a representatividade do estado para Brasília, somando na luta com estudantes que ocupam suas instituições de ensino em todo o país e com a classe trabalhadora. Fica aqui o agradecimento da União Nacional dos Estudantes e de toda a classe discente do nosso estado à Adufal”, disse o estudante.

Violência da polícia

A concentração do ato começou às 14h, em frente ao Ministério da Educação (MEC). Lá teve um aulão sobre os perigos decorrentes da aprovação da PEC, com a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli.

Às 16h, os manifestantes se dirigiram ao Museu Nacional, onde já se concentravam milhares de pessoas. Nem a chuva que caiu afastou da manifestação os milhares de docentes, estudantes e demais categorias de trabalhadores que chegaram a Brasília de todos os cantos do país.

A manifestação saiu com tranquilidade do Museu, e percorreu toda a Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Enquanto os manifestantes ocupavam o gramado em frente ao Senado, a polícia passou a afastar os manifestantes com Bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de efeito moral. A tropa de choque, a cavalaria e os helicópteros que sobrevoavam o local causaram um estado de terror. Mesmo com o recuo dos manifestantes, a repressão não parou. A polícia avançava cada vez mais contra as pessoas impedindo que o ato pacífico acontecesse. Dezenas de feridos foram atendidos ainda no local, por ambulâncias e equipes médicas organizadas pelos movimentos que construíram a Marcha.

A votação no primeiro tuno

A PEC 55 foi aprovada pelos Senados, neste mesmo dia, à noite, por 61 votos a favor e 14 contrários. Os três senadores alagoanos (Renan Calheiros, Fernando Collor e Benito de Lira) votaram a favor da PEC.

A medida ainda precisa ser analisada em segundo turno, previsto para 13 de dezembro. A aprovação no Senado precisa ter o apoio de três quintos dos senadores (49 de 81), nos dois turnos, para virar lei.