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06/12/2011
Atualizada: 06/12/2011 00:00:00


No Brasil, os 10% mais ricos ganham 50 vezes mais que os 10% mais pobres, um dos maiores abismos do mundo, aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (5) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O relatório destaca que a desigualdade no país é a maior entre as nações do Brics (que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul) e supera também os números de países emergentes como Chile, México e Turquia. No Chile e no México, a diferença entre pobres e ricos é de 25 vezes, e, segundo a OCDE, está caindo. Na Turquia, a diferença é de 14 vezes

De acordo com o levantamento da OCDE, o abismo no Brasil era ainda maior, e foi reduzido nos últimos 15 anos. Na década de 2000, os 20% mais pobres viram sua renda crescer em média 6,6%, percentual três vezes superior ao índice de crescimento dos 20% mais ricos, de 1,8% ao ano.

Uma das principais constatações do estudo que analisa a desigualdade no mundo é de que a distância entre ricos e pobres cresceu também nos países desenvolvidos, chegando ao nível mais alto dos últimos 30 anos. Em média, os 10% mais abastados nesses países ganham nove vezes mais que os 10% mais pobres.

Nos países ricos, a maior diferença é nos Estados Unidos - 14 vezes. Na Itália, Japão, Coreia do Sul e Grã-Bretanha esse abismo é de dez vezes. Já na Alemanha, Dinamarca e Suécia, de seis.

Para a OCDE, a razão por trás da desigualdade nos países ricos se explica pela diferença entre os salários pagos aos trabalhadores qualificados e a renda dos não qualificados. Paralelamente, esses países vêm paulatinamente cortando os benefícios sociais e esses mecanismos não têm mais a mesma eficácia que tinham nos anos 1990 para combater a desigualdade, ressaltou a OCDE.

"O estudo contraria o pressuposto de que os benefícios do crescimento econômico alcançarão automaticamente aqueles em desvantagem", disse o secretário-geral da organização, Angel Gurría, em entrevista à BBC Brasil. "Sem uma estratégia ampla de crescimento inclusivo, a desigualdade vai continuar a crescer."

Angel Gurría disse ainda que a qualificação da mão de obra é "de longe o instrumento mais poderoso para conter o aumento da desigualdade". "O investimento nas pessoas deve começar logo na infância e continuar para a educação formal e o trabalho."

* com informações da BBC Brasil
Fonte: Andes-SN

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