08/06/2012
Atualizada: 08/06/2012 00:00:00
Professores, funcionários técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizaram ato público em defesa da educação pública e da valorização profissional, no calçadão da Rua do Comércio, no centro da Capital do Estado, na terça-feira (5).
Usando camisa branca e uma tarja preta no braço, simbolizando luto pela precarização do trabalho docente, os professores armaram uma tenda em frente ao Posto de Atendimento JÁ (antigo Produban) e ali, abriram faixas, pregaram cartazes, distribuíram panfletos e, através de um carro de som, expressaram os motivos por que estão em greve.
Durante toda a manhã, os participantes ouviram e cantaram músicas como “E vamos à luta” de Gonzaguinha e embalados pela canção “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, fizeram uma grande roda e dançaram ciranda. Num varal improvisado com cordões, os estudantes expuseram fotografias que mostravam a situação precária de laboratórios, salas de aula e de outros espaços da universidade.
Professores, estudantes, representantes de entidades sindicais e populares usaram o microfone para declarar apoio e solidariedade à greve dos docentes federais e para protestar contra a desvalorização dos profissionais da educação e a precarização da Ufal. O deputado estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) se fez presente e pronunciou apoio ao movimento
Convocado pela Associação dos Docentes da Ufal (Adufal) e pelo comando local de greve (CLG), a atividade aconteceu paralelamente a outras manifestações realizadas por professores e estudantes das 50 universidades em greve, por todo o País e à Marcha que reuniu mais de 15 mil servidores públicos federias (SPFs), de todos os cantos do Brasil, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Na opinião do presidente da Adufal, professor Antônio Passos, o ato público foi uma demonstração de força, unidade e disposição da categoria em busca de seus objetivos. “Nossa greve é justa. Estamos trazendo nosso movimento para as ruas para mostrar a sociedade a real situação do ensino superior público em Alagoas e no Brasil”.
.“A situação que vivenciamos é bem diferente daquilo que o governo noticia”, complementou a professora Irailde Correia, membro da diretoria da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal) e do comando local de greve (CLG).
“A manifestação foi muito significativa para o movimento, pois mostramos às pessoas as razões que nos levaram à greve. Creio que conseguimos fazer com que muita gente passe a entender que a busca por melhores condições de trabalho e pela valorização dos professores tem muito a ver com a conquista de uma universidade de qualidade para todos”, avaliou o professor José Guibson Dantas, do curso de Comunicação Social da Ufal. Ele elogiou a organização do evento e considerou a adesão dos alunos à luta dos professores um fato a ser celebrado.
Vários integrantes do CGL expuseram em seus discursos problemas como a sobrecarga de trabalho – com professores lecionando até cinco disciplinas e mais de 20h de ensino -, a falta de laboratórios, de salas de aulas e de segurança, situações que precarizam o ensino e afetam diretamente a qualidade do ensino.
Os professores lutam pela reestruturação da carreira docente, valorização profissional e melhoria das condições de trabalho. Em seu 19º dia de greve eles buscam uma efetiva negociação com o governo para definir uma carreira única em 13 níveis remuneratórios, com variação de 5% entre níveis a partir do piso correspondente ao salário mínimo do DIEESE para regime de 20h; interstícios de dois anos entre os níveis; percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho; e incorporação das gratificações.
Entre as reivindicações locais, os professores da Ufal lutam contra a privatização do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes e cobram segurança para os campi da Ufal de Arapiraca e Maceió.
Clique nos links e assista a vídeos com reportagens sobre o ato e veja abaixo mais fotos do evento.
Assessoria de Comunicação da Adufal
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