24/07/2012
Atualizada: 24/07/2012 00:00:00
Com vistas a prestar esclarecimentos a respeito de determinados pontos nebulosos contidos na proposta apresentada pelo governo no dia 13, fato que tem levado a imprensa e a sociedade em geral a ter um entendimento fora da realidade, os diretores da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) receberam a imprensa alagoana, em entrevista coletiva, na sexta-feira (20), na sede da entidade.
“A proposta não é – absolutamente – o que o governo tem divulgado. Pelo contrário, ao invés de trazer ganhos, ela representaria perdas salariais para a maioria dos professores”, disse o vice-presidente da Adufal, professor Marcio Barboza, do curso de engenharia da Ufal que analisou a proposta a partir de avaliação prévia do Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes/SN).
Segundo ele, as perdas seriam em torno de 0,4% a 11,9%. “Apenas os docentes que estão no cargo de professor titular – topo da carreira - chegariam a ter, em 2015, um ganho real de 5,9%, em seus salários. O cargo de professor titular, porém, é ocupado por um número reduzidíssimo de professores, em todo o País. Em Alagoas, por exemplo, apenas quatro docentes teriam o aumento”, expõe o professor.
Isso mesmo. De acordo com Relatório de Gestão do Exercício 2011 da Ufal, dos 1.343 professores que compõem atual quadro da instituição, 131 têm especialização/aperfeiçoamento, 521 são mestres e 691, doutores, mas dentre os doutores, somente quatro estão na categoria de professor titular.
As perdas foram “descobertas” pelos professores ao verificarem que o governo não incluíra no suposto aumento, a inflação do período. “O governo artificializa as referências comparativas em valores nominais, distanciados no tempo, de maneira a camuflar a corrosão inflacionária e, assim, a perda real do valor dos salários dos professores por trás de índices maldosamente inflados”, critica o CNG/Andes/SN, em documento encaminhado à Adufal.
Ao apresentar o suposto aumento até 2015, o próprio governo fez seu cálculo a partir de julho de 2010, mês em que a categoria recebeu a última parcela de um acordo firmado em 2007, mas omitiu cinco anos de inflação. “Não levou em conta os dois anos de inflação do período de julho de 2010 a julho de 2012 e nem a inflação futura - de julho de 2012 a julho de 2015”, observa Marcio Barboza.
Análise do CNG, tomando como referência o Índice de Custo de Vida (ICV) medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e uma projeção inflacionária com base na média dos últimos 30 meses, mostra que desvalorização salarial entre julho de 2010 e março de 2015 - é de 35,55%” .
Ideia implantada - A ideia de que os professores seriam beneficiados com até 45% de reajuste foi implantada pelo ministro Aloízio Mercadante, da Educação e pela ministra Miriam Belchior, do Planejamento, que, mesmo antes de seus representantes apresentarem a proposta às entidades representativas da categoria docente na sexta-feira, 13, concederam entrevista coletiva à imprensa, em Brasília.
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