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13/08/2012
Atualizada: 13/08/2012 00:00:00


Professor é algemado e tem casa revirada em ação policial equivocada

 
 
Cláudia Galvão
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Carlos Martins foi alvo de ação equivocada da Polícia Civil de Alagoas
Carlos Martins foi alvo de ação equivocada da Polícia Civil de Alagoas

Com relevantes serviços prestados ao movimento negro no Estado, inclusive tendo sido condecorado com a Comenda Dandara, na Câmara de Vereadores de Maceió, o sociólogo Carlos Martins foi vítima de uma ação no mínimo desastrosa da Polícia Civil de Alagoas, na tarde desta sexta, dia 10.

O professor, que estava em sua residência, teve a casa invadida por policiais de Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), foi algemado e teve a casa revirada, para depois ver reconhecido que o mandado de busca e apreensão foi cumprido em local equivocado. A ação ocorreu no Conjunto Antares, no bairro da Serraria. A reportagem do Alagoas24horas manteve contato com o professor, que confirmou a ação.

Carlos Martins, que é estudante do mestrado da Universidade Federal de Alagoas, ironicamente, realiza um trabalho onde analisa o comportamento da polícia na capital alagoana. Ontem, ele virou objeto do seu próprio estudo. Em conversa com a reportagem, o professor disse ter entrado em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas, e com um advogado, para acionar o Estado, além de ter recebido telefonemas de várias autoridades, que se mostraram solidárias com o estudioso.

O professor disse que permaneceu por mais de 40 minutos algemado, teve a residência revirada até quando os policiais ‘perceberam’ que se tratava de um ‘equívoco’. Segundo Martins, ele estava em casa, se preparando para ir à Ufal quando ouviu um burburinho na porta da sua casa. Ao chegar ao portão, o professor foi informado que se tratava da polícia e foi orientado a deitar no chão, onde foi algemado.

Durante a ação policial, agentes da Deic encapuzados teriam sentado o professor em uma cadeira na parte externa da casa, e revirado a residência em busca de provas. Durante toda a ação, Carlos Martins tentava argumentar alegando não entender a ação e se identificando, o que não foi considerado.

Ao final da abordagem, já percebendo que o professor não era um elemento perigoso, os policiais tiraram as algemas e pediram para que ele assinasse um mandado, como se recusou, o sociólogo foi levado para a sede da Deic, onde recebeu pedido de desculpas.

De acordo com a coordenadora da Seção de Combate a Roubo a Banco (Serb), delegada Maria Angelita, o episódio envolvendo o sociólogo se deu após um erro na informação com base em dados tecnológicos. A divisão havia iniciado uma investigação com relação ao assalto do posto bancário do Santander, na Fits, de onde bandidos levaram R$ 16 mil na manhã de ontem. O celular de uma das vítimas foi levado pelos bandidos e emitia sinal, segundo a torre de telefonia, do endereço do professor. “O mandado foi cumprido com base neste rastreamento”, explicou a divisão por meio da assessoria.

Quanto às algemas, o procedimento é considerado de proteção - para todos os envolvidos (seja acusado ou policiais). A polícia ainda entende que a casa revirada se dá em cumprimento ao mandado de busca e apreensão.

Fonte: Alagoas 24 Horas

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