30/08/2012
Atualizada: 30/08/2012 00:00:00
Será celebrada neste sábado (01.09), às 9h, na capela Recanto Coração de Jesus, no Barro Duro, missa de um ano em memória do médico, vereador do município de Anadia e professor do curso de medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Ferreira de Souza, morto em 03 de setembro de 2011.
Convocada pelos familiares do professor, pela Associação dos Docentes da Ufal (Adufal) e o Programa Ufal em Defesa da Vida, a celebração tem o significado de afirmar a fé na justiça divina e clamar por justiça na Terra.
“É por justiça que clamamos nesse ano de ausência. Há quem aposte na impunidade e no esquecimento, mas nós apostamos na justiça. Sabemos que ela não nos trará alento ao coração, mas nos dará alento como cidadãos”, disse a viúva Rita Luiza de Pércia Namé, professora do curso de música da Ufal.
Ela diz que a família vai cobrar por justiça até que tudo seja esclarecido e os culpados sejam condenados. “Tiraram a vida de Luiz por ele ser um cidadão digno, um vereador independente e atuante que condenava as ações perniciosas ao município, como por exemplo, o desvio de sete milhões dos cofres da prefeitura de Anadia”, afirma.
Para ela, nenhum crime pode ficar impune e esse foi um crime político, feito por uma organização criminosa que chocou a sociedade e a família. “As pessoas que cometeram esse crime bárbaro podem tentar driblar alguns fatos e durante algum tempo se esconder por trás de mentiras e hipocrisias, mas não vão conseguir enganar as pessoas de bem”, observa. “Buscar a verdade e contribuir para que a justiça seja feita é um dever à memória de Luiz, um tributo à dignidade da vida dele e uma forma de minimizar a nossa dor”,
“Nosso intuito é que essa celebração nos leve a fortalecer nossos laços fraternos e de solidariedade, valores que espelham o significado da vida do nosso querido Luiz, cuja atividade profissional e política – educador, médico e vereador – sempre esteve colocada a serviço do próximo, em defesa da justiça social”, disse a secretária geral da Adufal e amiga da família, professora Alba Correia.
Sobre o crime - O professor foi executado com 13 tiros, numa emboscada em que os criminosos simularam a situação de uma pessoa passando mal na estrada e ele, na condição de cidadão e médico, parou o carro para prestar socorro. O crime aconteceu no dia 3 de setembro de 2011, após a vítima ter participado de um programa de rádio, em Maribondo, em que anunciara que seria candidato a prefeito de Anadia.
As pessoas suspeitas do crime estão presas, aguardando julgamento. O inquérito policial, feito por três delegados, apresentou provas de que se tratou de um crime com motivação política e acusou como mandante a então prefeita de Anadia, Sânia Teresa Barro e mais seis pessoas. Entre estas, Alessander Barros, marido dela e seu primo, Cláudio Magalhães, sargento da Polícia Militar. Os sete já foram denunciados pelo Ministério Público como autores materiais e intelectuais do crime.