18/09/2012
Atualizada: 18/09/2012 00:00:00
Após quatro meses de paralisação, os professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) retornam às aulas nesta terça-feira (18). A decisão de suspender a greve foi tomada em assembleia geral da categoria, no dia 12, mas o retorno às atividades acadêmicas estava condicionado à realização de audiência com o reitor da instituição, professor Eurico Lôbo e ao seu compromisso com ações concretas para resolver o problema da falta de segurança no Campus da Ufal de Arapiraca.
Solicitada pela Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), a audiência foi realizada nesta segunda-feira (17), no gabinete do reitor que, na ocasião, fez uma retrospectiva das ações realizadas pela gestão em busca de resolver o problema e apresentou o Termo de Compromisso que leva a sua assinatura, a do governador Teotonio Vilela Filho e a do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Sebastião Costa Filho. (Veja a íntegra do Termo no final desta matéria).
Oficializado na sexta-feira (14), o documento que conta com a chancela do representante do Ministério Público Estadual, procurador-geral de Justiça Eduardo Tavares, do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado estadual Judson Cabral e do secretário de Estado da Defesa Social, Dário César Barros Cavalcante, registra o compromisso de resolver definitivamente o problema que causou a paralisação das atividades acadêmicas da Ufal de Arapiraca: as constantes fugas de presos do Presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza que funciona vizinho à universidade.
Entre outros itens, o documento assegura a construção de um novo presídio para onde serão transferidos os presos, num prazo de sete meses; a doação do prédio do atual presídio para o patrimônio da Ufal; transferir para Maceió os detentos de Arapiraca avaliados como de alta periculosidade pelo Poder Judiciário; adquirir e instalar imediatamente na unidade prisional sistema de vigilância eletrônica com câmeras, instalar cerca navalhada, separando a área do presídio do Campus Arapiraca e manter vigilância ostensiva durante o horário de aulas, com a presença de viatura policial.
Para o acompanhamento da implementação das providências acordadas, o documento prevê a constituição de uma comissão especifica para esse fim.
Para o presidente da Adufal, professor Antonio Passos, as ações desenvolvidas pela reitoria demonstram o esforço da gestão central da Ufal em resolver o problema de Arapiraca. “Como a audiência e o compromisso do reitor eram a condição apontada pela categoria para que retornássemos as nossas atividades, entendemos que a deliberação foi atendida e anunciamos à comunidade acadêmica a volta às aulas” disse.
Em cumprimento a exigências legais, horas depois da audiência, a Adufal enviou à reitoria notificação de suspensão da greve comunicando oficialmente o retorno às atividades. (Veja o documento entre os anexos no final desta matéria).
Assembleia na quinta-feira (20) em Arapiraca - Somente o município de Arapiraca não voltará a funcionar normalmente nesta terça-feira “A continuidade ou suspensão da paralisação das atividades de lá será decidida em assembleia a ser realizada na quinta-feira (20), às 9h30, no Ginásio da Escola Estadual Quintela Cavalcanti (próximo ao Estádio do ASA), em Arapiraca”, afirmou o presidente da Adufal. Segundo ele, a diretoria da entidade fez questão de que nenhuma decisão relacionada ao problema de Arapiraca fosse tomada sem que se ouvisse a comunidade acadêmica do Agreste alagoano.
“Somos todos responsáveis pela resolução do problema, mas só entende o que realmente se passa com Arapiraca aqueles que estão de fato em Arapiraca vivenciando a situação”, observou o professor do curso de Agronomia, Afonso Marinho Espíndola Filho, um dos integrantes do comando local de greve (CLG da Adufal).
No seu entender, embora o Termo de Compromisso apresente algumas incertezas em relação ao início da construção do novo presídio, é preciso considerar que ali estão registrados ganhos, como a garantia da construção do novo presídio e a doação do atual para a universidade, por exemplo.
Fugas desde 2006 - De acordo com o diretor geral do Campus de Arapiraca, professor Márcio Aurélio Lins dos Santos, as fugas começaram no início em 2006, acentuaram-se em 2009 e 2010, até ficarem altamente perigosas e acontecerem da forma como aconteceu no dia 2 de abril, quando a comunidade decidiu que não havia mais clima, nem condições de trabalho no campus.
“Estamos apostando que a normalidade se restabeleça” disse o pró-reitor Estudantil, Pedro Nelson, ao encaminhar a sugestão de que a comunidade de Arapiraca realize assembleia junto a sua entidade representativa para decidir o retorno às atividades. “Faço aqui uma reflexão e não uma deliberação, por entender que comunidade de Arapiraca é que deve discutir e analisar o documento firmado pelo Governo do Estado. A comunidade decidiu parar as atividades e a ela compete deliberar o retorno”, avaliou.
Assessoria de comunicação da Adufal
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