25/02/2013
Atualizada: 25/02/2013 00:00:00
Com unanimidade, docentes deflagram greve na universidade, durante assembleia realizada na manhã do dia 25Os professores da Universidade Estadual do Amapá (Ueap) estão em greve por tempo indeterminado até que o governo do estado envie o projeto de lei que cria o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCR) da categoria para a Assembleia Legislativa. A decisão, unânime, foi tomada nesta segunda-feira, dia 25, durante assembleia geral. A greve tem início no primeiro dia de aula da Ueap.
A expectativa dos professores era que o Plano entrasse em vigor em janeiro deste ano, mas o PCCR ainda está sendo analisado pela Procuradoria Geral do Estado. A categoria reivindica o PCCR desde agosto de 2012. O presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amapá (Sindueap), Luciano Araújo Pereira, explica que a tabela salarial e o plano de carreira já tinham sido negociados com o governo. “O governo alega que o Plano está na Procuradoria para análise e parecer, mas já foi dado parecer favorável pela Procuradoria da universidade. O plano está na mesa da Procuradoria desde 27 de dezembro de 2012, data oficial em que foi protocolado”.
Segundo Pereira, o governo havia garantido que o PCCR seria encaminhado para a Assembleia Legislativa. “A gente sente morosidade e falta de interesse de que o Plano vá para a Assembleia. As coisas estão acontecendo de forma muito lenta”, afirma.
Sobre a deflagração da greve, Luciano diz que a categoria fará permanentemente movimentações e tentativas de negociação com o governo. “Esta semana estamos programando uma série de discussões com os estudantes e com a comunidade sobre a questão do orçamento, gestão democrática e autonomia da universidade. Vamos realizar vários debates”, conta. Ao todo, 37 professores do quadro efetivo e cerca de 50 docentes do quadro temporário participaram da Assembleia. Todos decidiram pela paralisação. “A universidade está pressionando para que os temporários voltem a dar aula, mas a decisão da categoria por unanimidade dever ser respeitada. A reitoria disse que vai entrar na justiça alegando a ilegalidade da greve”, acrescenta Pereira.
Além do plano de carreira, os professores reivindicam melhores condições de trabalho. A universidade não possui espaço disponível para orientação de tcc que, segundo Pereira, é feita no corredor da universidade, não tem sala para os professores e nem material. “Ano passado, o orçamento previsto era de 22 milhões. O governo contingenciou o orçamento para R$ 12 milhões e a universidade só conseguiu gastar sete. Do total do orçamento, 58% é destinado para pagamento de professores. Apenas 42% são voltados para questões não são salariais”.
Outra assembleia está marcada para esta terça-feira, dia 26. Na ocasião, serão discutidos os encaminhamentos relacionados à estrutura e ao orçamento da instituição. “Todo este conjunto de problemas está fazendo com que a gente não tenha mais condições de esperar de braços cruzados e sem fazer nada. Nossa luta é para reivindicar estrutura e melhores condições para a universidade”.
Decisão pela greve
Em assembleia realizada no último dia 13, foi deliberado que a categoria não negociaria mais com o governo caso o PCCR não fosse encaminhado à Assembleia Legislativa. Na ocasião, a reitoria da Ueap fez uma proposta afirmando que o governo havia se comprometido a encaminhar o Plano até dia 20 de março. Os docentes rejeitaram a proposta por unanimidade e decidiram pelo indicativo de greve.